Estratégias de pesca e utilização de animais por comunidades pesqueiras da Ilha Grande, RJ

Cristiana Seixas Simão
Informações
Categoria: 
Referência Bibliográfica: 

SIMÃO, Cristiana Seixas. Estratégias de pesca e utilização de animais por comunidades pesqueiras da Ilha Grande, RJ. Dissertação de mestrado em Ecologia. Campinas: Unicamp, 1997.

Local: 
Campinas, SP
Ano: 
1997
Instituição: 
Universidade Estadual de Campinas
Orientador(a): 
Alpina Begossi
Número de Páginas: 
180
Palavras-chaves: 
Ecologia humana, ecologia, pesca
Anexo
Resumo: 

A ecologia humana estuda as interações e adaptações do homem tanto ao meio biológico como ao meio sócio-econômico e cultural. Neste trabalho estudo o uso de animais terrestres e aquáticos, principalmente vertebrados, por duas comunidades de pescadores da Ilha Grande, RJ: Aventureiro e Provetá. O Aventureiro é uma comunidade bastante isolada, situada dentro da Reserva Biologica Estadual da Praia-do-Sul, onde predominam atividades de subsistência como a pesca e o cultivo de vegetais (roças). No Provetá, a pesca da sardinha é a principal atividade econômica. A existência de muitos barcos pesqueiros no Provetá, também utilizados como meio-de-transporte, possibilita uma maior proximidade sócio-econômica-cultural entre sua população e a cidade de Angra-dos-Reis do que aquela verificada entre o Aventureiro e Angra-dos-Reis. Em uma comparação entre a taxonomia popular e taxonomia científica dos peixes que possuem algum valor de uso (peixes mais comuns. capturados, mais consumidos, mais vendidos, mais apreciados e mais rejeitados), constatei: (1) uma baixa correspondência do tipo um -a- um entre etnoespécies e espécies científicas, e entre etnogêneros e espécies cientíticas, (2) a existência tanto de etnoespécies como de etnogênero politípicos (um nome popular para diversas espécies científicas), e (3) diversos sinônimos entre os nomes populares. Explicações tanto êmicas como éticas mostraram-se pertinentes nas análises das preferências e tabus alimentares de peixes e animais de caça em ambas as comunidades. Não constatei uma diferença significativa entre as duas comunidades quanto ao conhecimento que possuem sobre os animais utilizados para fins medicinais. Diversas estratégias de pesca foram observadas, apresentando variações quanto aos artefatos de pesca e meios-de-transporte utilizados. O modelo de forrageio ótimo a partir de um ponto central não explicou as estratégias de pesca utilizadas pela população de pescadores do Aventureiro. Conflitos ou defesa de territórios de pesca (pesqueiros) não foram observados no Aventureiro, provavelmente porque esta comunidade situa-se dentro de uma reserva biológica, o que pode garantir o uso "exclusivo" do recurso pesqueiros a sua população.

Observações : 
Dissertação apresentada ao Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Mestre em Ecologia.

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